Os Serviços Anti-Tuberculosos da Misericórdia de
Estarreja consistiram primeiro num Dispensário Anti-Tuberculoso (prestava cuidados
de saúde) e mais tarde um Pavilhão-Abrigo para Tuberculosos (internamentos).
O Dispensário era a resposta da Misericórdia à necessidade de uma época[1], e parece ter-se construído com o apoio financeiro da Junta de Província da Beira Litoral[2]. Uma comissão exterior à Misericórdia procurou construir outro Dispensário Anti-Tuberculoso em Estarreja, do que surgem notícias várias em “O Jornal de Estarreja” por volta de 1940.
O Dispensário era a resposta da Misericórdia à necessidade de uma época[1], e parece ter-se construído com o apoio financeiro da Junta de Província da Beira Litoral[2]. Uma comissão exterior à Misericórdia procurou construir outro Dispensário Anti-Tuberculoso em Estarreja, do que surgem notícias várias em “O Jornal de Estarreja” por volta de 1940.
Inaugurava a
Misericórdia em 3.8.1941 o Dispensário
Anti-Tuberculoso D. Alice Garcia de Rezende, nome da esposa de António
Joaquim de Rezende, benemérito que suportou parte dos custos de edificação[3].
No entanto em
notícia de 1949 voltava a anunciar-se a abertura de um Dispensário, após muitos
anos de subscrição pública[4].
A inauguração de 1949 corresponderá provavelmente ao edifício da Casa dos
Pobres, construído por um grupo de pessoas exteriores à Misericórdia,
originalmente com o fim de Dispensário Anti-Tuberculoso, e portanto sem internamentos.
Estarreja possuiu pois dois equipamentos em simultâneo com as mesmas funções,
ainda que o segundo fosse mais modesto.
Realizou-se
outra inauguração do Dispensário Anti-Tuberculoso da Misericórdia, por ser
instalado de novo, em 27.12.1953, com a presença de diversas individualidades[5].
Esta inauguração respeitaria talvez a apetrechamento do edifício de 1941,
dotando-o de recheio capaz e suficiente, que antes era muito limitado. Os internamentos,
se não se faziam anteriormente, iniciaram-se nesta altura.
Não tardaram
mais melhoramentos, inaugurados em 5.1.1958, com as solenidades em que este período
foi fértil. O Pavilhão-Abrigo para Tuberculosos abria então acrescentado de um
primeiro andar, com mais camas e condições[6].
Publicidade
aos serviços do Dispensário Anti-Tuberculoso
(O Concelho de Estarreja, n.º 2078, 30.5.1942, p. 2).
(O Concelho de Estarreja, n.º 2078, 30.5.1942, p. 2).
O
Provedor Dr. João Assis Pereira de Melo no uso da palavra em 27.12.1953, por
ocasião da inauguração de: alterações no asilo da 3.ª Idade da Misericórdia
(aumenta capacidade para 36 asilados); novas instalações do Dispensário
Anti-Tuberculoso; pavilhão de doenças infecto-contagiosas no Hospital; e Bloco
Cirúrgico (mudado e instalado de novo). Nesta mesma data inauguraram-se, no
concelho de Estarreja, duas escolas e o Grémio da Lavoura, pelo Conselheiro
Albino dos Reis, Presidente da Assembleia Nacional.
(O
Jornal de Estarreja, n.º 2917, 25.1.1954, p. 1; O Concelho de Estarreja, n.º
2662,
2.1.1954, pp. 1-2, 7-8; O Concelho da Murtosa, n.º 1191, 30.1.1954, p. 1;
Memória manuscrita de Arlindo Cunha, antigo Mesário da Misericórdia.)
2.1.1954, pp. 1-2, 7-8; O Concelho da Murtosa, n.º 1191, 30.1.1954, p. 1;
Memória manuscrita de Arlindo Cunha, antigo Mesário da Misericórdia.)
Vista
actual do Edifício que albergou os Serviços Anti-Tuberculosos da Misericórdia
de Estarreja.
Inauguração
do Pavilhão-Abrigo para Tuberculosos, a 5.1.1958, que aumentou capacidade de 10
para 42 camas, com capela privativa. Distinguem-se no primeiro plano, da
esquerda para a direita: Dr. Francisco do Vale Guimarães (Governador Civil de
Aveiro), Prof. Doutor João de Matos Antunes Varela (Ministro da Justiça),
Conselheiro Albino dos Reis (Presidente da Assembleia Nacional), D. Manuel
Maria Ferreira da Silva (Arcebispo de Cízico, em representação do Bispo de
Aveiro que, doente, faleceria nesse dia), e o Dr. João Assis Pereira de Melo
(Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Estarreja). O Ministro da Justiça
fez-se acompanhar do seu Secretário, Dr. Pires de Lima, e do Inspector da P. J.
de Coimbra, Dr. José Cabral.
(O Jornal
de Estarreja, n.º 3012, 10.1.1958, p. 1; JE, n.º 3013, 25.1.1958, p. 2.
NOTA: No mesmo dia inauguraram-se as Casas dos Magistrados.)
NOTA: No mesmo dia inauguraram-se as Casas dos Magistrados.)
Na mesma
ocasião da fotografia anterior, em 5.1.1958, identificando-se em primeiro
plano, da esquerda para a direita: Arcebispo de Cízico, Conselheiro Albino dos
Reis, Dr. João Assis Pereira de Melo, Prof. Doutor João de Matos Antunes Varela
e o Dr. Jaime Ferreira da Silva (Presidente da Câmara Municipal de Estarreja).
Vista
actual do Edifício que albergou os Serviços Anti-Tuberculosos da Misericórdia
de Estarreja.
Este edifício
dos Serviços Anti-Tuberculosos esteve depois desactivado, devido à assinalável
diminuição do número de tuberculosos. O espaço estava desocupado quando entrou
em obras para albergar um novo serviço do Estado, o Centro de Saúde de
Estarreja. Começou este a funcionar em 2.12.1975, com as especialidades de
Clínica Geral (Cuidados Médicos de Base), Pediatria (Saúde Infantil) e Obstetrícia
(Saúde Materna)[7].
Por outro
lado o Dispensário Materno-Infantil, de que foram directores o Dr. Oliveira e
Silva e o Dr. Albino de Sá, e que funcionava na Casa da Criança, veio a ser
transferido para o mesmo local e na mesma altura que o Centro de Saúde (1975).
No espaço assim vago na Casa da Criança instalou-se um laboratório de análises
clínicas. Por fim os Serviços Médico-Sociais e as Caixas de Previdência
passaram a integrar os Centros de Saúde em 1983.
Mais
recentemente, prevendo-se o vagar do edifício dos antigos Serviços
Anti-Tuberculosos, devido à construção de uma nova Extensão de Saúde em Salreu,
programou-se ampliar o Lar de Idosos da Misericórdia para a casa desocupada[8].
A nova Extensão de Saúde de Salreu inaugurou-se em 7.4.2003[9],
deixando o antigo edifício pouco antes.
Actualmente
pretende-se recuperar o antigo Pavilhão-Abrigo para Tuberculosos, com ele
alargando e remodelando o Lar da Terceira Idade, que aumentará a capacidade em
mais 15 utentes. Para isso está aprovado apoio do Estado[10].
[1] Veja-se, sobre o Dispensário
Anti-Tuberculoso, Filipe de FIGUEIREDO, IV, 1989, pp. 495 e ss.
[2] Filipe de FIGUEIREDO, IV,
1989, p. 500.
[3] O Povo de Pardilhó, n.º 747,
2.8.1941, p. 1, e n.º seguinte.
[4] O Jornal de Estarreja, n.º
2810, 25.7.1949, p. 2.
[5] O Jornal de Estarreja, n.º
2917, 25.1.1954, p. 1.
[6] O Jornal de Estarreja, n.º
3012, 10.1.1958, p. 1.
[7] O Jornal de Estarreja, n.º
3444, 10.1.1976, p. 4.
[8] Revista “Estarreja”, n.º 2,
1998, p. 4.
[9] O Jornal de Estarreja, n.º
4201, 11.4.2003, p. 20; O Concelho de Estarreja, n.º 4129, 15.4.2003, p. 1.
In "História da Santa Casa da Misericórdia de Estarreja", Santa Casa da Misericórdia de Estarreja, 2010, pp. 21-26
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