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Entre 19.1.1919 e 13.2.1919 um movimento revolucionário pró-restauração da monarquia dominou o norte de Portugal, acontecimento que ficou conhecido por Monarquia do Norte ou Traulitânia. Neste seguimento instalou-se um governo provisório no Porto, encabeçado pelo militar exilado Paiva Couceiro, do qual fez parte um ministro natural de Estarreja, o Conde de Azevedo, filho do conhecido político local Francisco Barbosa.
No rio Vouga situou-se a zona de fronteira entre monárquicos e republicanos, ficando Estarreja ocupada por tropas partidárias da monarquia de 24.1.1919 a 11.2.1919. Durante parte desse periodo esteve aqui sediado um centro regional de operações militares e um quartel general, mantendo-se cortadas as ligações com o sul, nomeadamente Aveiro. Nos primeiros dias de Fevereiro a república conquistou sucessivamente diversas posições a norte do Vouga, vindo a tomar Salreu no dia 10.
Finalmente, a 11 de Fevereiro travou-se um combate decisivo para a vitória das forças fieis à república. As tropas instaladas a sul do Antuã, com maior poder de fogo concentrado na Senhora do Monte, bombardearam Estarreja, onde resistiam os monárquicos, maioritáriamente barricados na Câmara Municipal. A Câmara e diversos edifícios do centro da vila ficaram parcialmente destruídos, bem como algumas casas da zona da estação de caminho de ferro, onde eram alvo dois comboios que preparavam a retirada de armas e munições. Com a chegada de um hidro-avião carregado com duas bombas, largadas sobre Estarreja, os combatentes da monarquia bateram em retirada, o que fez com que a tropa republicana atravessasse o rio Antuã e consumasse a vitória.
No final, além da destruição parcial das casas da actual Praça Francisco Barbosa e da zona da estação de caminho de ferro, havia quatro mortos do lado monárquico e alguns feridos de ambas as partes. Somou-se uma morte civil de uma rapariga local, apanhada acidentalmente pelo fogo cruzado.
In "O Jornal de Estarreja", n.º 4464, 13.2.2009, p. 13
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