quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Francisco António do Amaral Cirne Júnior

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Professor e teórico do ensino primário em Portugal
n. 29.8.1850 (Salreu); f. 4.10.1882 (Salreu)

Apesar de não ter chegado a completar os seus estudos (estudos secundários em Coimbra de 1866-1870), Amaral Cirne foi fundador e director de uma escola modelo de ensino, o Instituto Minerva, colégio nascido no Porto em 1875, que deixou em 1878 por motivos de saúde. Publicou alguns livros sobre educação e foi colaborador de diversos periódicos do seu tempo.

Era um dos principais críticos do método de ensino da leitura preconizado por João de Deus, tendo-lhe feito vários reparos na revista científica "Positivismo", com reacções do referido poeta. Amaral Cirne defendia o sistema sintético-analítico, inspirando-se em Pestalozzi, Jacobs e Castilho.

Casa do Couto, residência de Amaral Cirne em Salreu
(foto in
http://www.monumentos.pt/)

Acometido por uma tuberculose pulmonar recolheu-se à terra natal, onde passou os últimos dias e redigiu a maior parte das suas obras sobre pedagogia. Em Salreu ensinou um surdo-mudo a falar. Vivia na Casa do Couto.

Livros publicados:
–, "Exposição elementar do systema legal das medidas portuguezas", Porto, Livraria Universal, 1875 [1]
–, "Compêndio de Sistema Métrico" [2]
–, "Método de Leitura", Porto, Livraria Moré, 1877; 2.ª ed., Porto, Livraria Cruz Coutinho, 1882 [3]
–, "Exame da Cartilha Maternal: relatório apresentado ao... commisario d’estudos do districto do Porto", Porto, Typ. de Manoel José Pereira, 1879
–, "Resumo da história da Pedagogia", Porto, Livraria Universal de Magalhães & Moniz, 1881 [4]

Notas:
[1] Em colaboração com Patrício Theodoro Álvares Ferreira, pedagogo que dirigiu o jornal "O Ensino" (1877-1878), do Collegio Portuense; cit. por Armando Carvalho Ferreira e Delfim Bismarck Ferreira, “Moinhos do concelho de Albergaria-a-Velha”, p. 423.
[2] Em colaboração com Patrício Theodoro Alvares Ferreira.
[3] A sua principal obra didáctica e que mais o celebrizou, aprovada pela Junta Consultiva de Instrução Pública.
[4] Tradução da "Historie de l’Education et l’instruction" de Frederic Dittes, mas muito ampliado com dados particularmente portugueses, tendo por isso mais que o triplo do tamanho do original.

Bibliografia:COSTA, M. Santos (dir.), "Anuário do professorado primário", Ano 3, 1925, p. 33;
DEUSDADO, M. A. Ferreira, “Educadores Portugueses”, 2.ª ed., 1995, pp. 393-394 (1.ª ed. de 1909);
FIGUEIRA, Pe. Manuel, “Salreu e o seu povo – na festa do padroeiro S. Martinho”, in Correio do Vouga, 10.11.1978, p. 6;
NÓVOA, António, “Dicionário de Educadores Portugueses”, 2003, p. 336;
PINHEIRO, J. E. Moreirinhas, “Subsídios e reflexões para a História do Ensino Primário e Normal”, 1998, pp. 13-19;
O Jornal de Estarreja, n.º 1055, 21.9.1907, p. 1;
Ecos do Antuã, n.º 25, 23.3.1918, p. 1.

In “História do Ensino Primário no Concelho de Estarreja”, Terras de Antuã, I, 2007, pp. 191-192
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