quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Monografia da Murtosa, vol. 4 (2021)


 

No âmbito das comemorações do 29 de Outubro, aniversário da criação do concelho da Murtosa, promovidas pela Câmara Municipal da Murtosa, foi apresentado o 4.º volume da "Monografia da Murtosa", de que é autor Marco Pereira. A apresentação do livro teve lugar no recentemente renovado CRM (Centro Recreativo da Murtosa) - Oficina de Dança e Artes Criativas, pelas 10h00. Ao ritmo de um volume por ano, sempre apresentado no dia 29 de Outubro, a "Monografia da Murtosa" pretende estudar o concelho nas suas variadas vertentes, sempre na perspectiva histórica. Este ano o tema abordado é o da Idade Média, conforme o sumário abaixo, mas referem-se também alguns aspectos sobre a Idade Moderna, fazendo a ligação com a actualidade.

ORIGEM HISTÓRICA (IDADE MÉDIA E IDADE MODERNA)

Os primeiros testemunhos da presença humana, na área do atual concelho da Murtosa, encontram-se apenas gravados na toponímia: duas mamôas (Mama Parda e Mamoa da Garça), dois nomes de possível origem árabe (Gelfa e Muranzel) e dois nomes de lugar de origem germânica, da época das invasões bárbaras (Romariz e Arrufo).

Encontram-se documentados os nomes dos principais núcleos desde o século XIII: Gelfa (1283), Murtosa (1286), Pardelhas (1287) e Bunheiro (1372). Diferencia-se em vários aspetos a Idade Média da Idade Moderna, já se distinguindo naquela a Terra Marinhoa. Naquele período destacam-se temas como a Peste Negra (1348), uma demografia escassa e com razoável mobilidade demográfica, a exploração dos populares e um caso de participação no desastre de Tânger (1437).

Eram as instituições monásticas que dominavam o território, sendo as principais o Mosteiro de Arouca e o Mosteiro de Vila Cova de Sandim (Gaia), este mais tarde agregado ao Mosteiro de São Bento de Ave-Maria, no Porto.

As terras de Antuã/Estarreja pertenciam ao Mosteiro de Arouca desde 1257 (incluíam a freguesia do Bunheiro e metade da da Murtosa), até meados do século XIX, que dali recebia foros e oitavos. A outra metade da freguesia da Murtosa (lugares de Pardelhas e Ribeiro) foi do século XIII ao século XIX do Mosteiro de Vila Cova, depois São Bento de Ave-Maria. A Torreira era uma parte indiferenciada das dunas do litoral, a Gelfa, que pertencia a Cabanões (que depois se chamou Ovar) e onde se criava gado na Idade Média e na Idade Moderna.

A economia local baseava-se na agricultura, pecuária, salicultura e pesca. A cultura dominante do trigo na Idade Média deu lugar à do milho na Idade Moderna. A criação de gado na Gelfa nos dois períodos, que também se fez nas ilhas, incluiu desde cedo cavalos, vacas e porcos. As salinas constituíam uma importante atividade económica. Enfim a pesca, que se fazia na Ria na Idade Média, virou-se igualmente para o mar na Idade Moderna, quando as condições naturais a isso obrigaram.

O cruzamento de fontes genealógicas com outras pouco conhecidas pode fornecer abundante informação sobre quem eram e que terras possuíam antepassados que, no limite, viveram há 500 anos atrás.

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